“Apenas corpos vivos podem ser mortificados. Corpos mortos não estão aptos à experimentação do sofrimento.
Em contrapartida, só um corpo vivo é capaz de se desmortificar, libertar-se do sofrimento, descobrir a alegria e lançar-se na imanência do desejo.
A diferença entre morrer e mortificar é, por isso, facilmente constatável: só podemos mortificar repetidas vezes um corpo ainda enquanto ele vive; nada obsta que o corpo mortificado continue vivendo (e viva), como se a vida fosse uma grande espera pela última dose de mortificação, aquela que é ministrada pela morte.”